Quem é a Vinci Partners, dona do Burger King e da Domino’s

Por Redação

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Uma das maiores gestoras independentes de recursos do Brasil, a Vinci Partners foi fundada em 2009. Os sócios da Vinci são executivos egressos do mercado financeiro. Assim como Gilberto Sayão, o idealizador do projeto, a maior parte desses executivos saiu do UBS Pactual quando houve a fusão com o BTG.

Inicialmente, a gestora tinha como objetivo cuidar do patrimônio dos mais de 20 sócios e pessoas próximas. Aos poucos, a Vinci foi expandindo suas atividades. Além do wealth management, a empresa criou um forte braço de assessoria financeira e jurídica, atuando em processos de vendas e aquisições no mercado de capitais, por exemplo.

A Vinci começou com um patrimônio de R$ 5 bilhões. Mais da metade do valor foi herdado de fundos Pactual Capital Partners, que já administravam parte do patrimônio dos sócios do Pactual. Os fundos eram controladores da incorporadora PDG, da varejista de moda Inbrands e da Los Grobo, um braço da empresa de energia Equatorial.

Algumas dessas empresas continuam no portfólio da Vinci, mas o seu alcance e atuação cresceram exponencialmente. Hoje, a gestora é responsável por fundos que detêm participação nas seguintes empresas: Domino’s, Cura, Burger King, Vero, entre outras. Os nomes na carteira da Vinci revelam um traço importante de sua atuação: ela é sócia de empresas que atuam em setores dos mais diversos, desde moda até óleo e gás. No total, a gestora administra um portfólio de 213 fundos e R$ 26 bilhões.

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Estratégias da Vinci Partners

A Vinci tem um perfil de atuação claro de assunção do controle de ativos em estágios embrionários para multiplicar seus valores. É como uma estratégia de investimento de valor levada ao nível de gestão. A questão é que parte das empresas da carteira da Vinci mostraram-se ativos problemáticos, que levaram a perdas relevantes para os fundos da gestora.

O primeiro caso é o da PDG, incorporadora cuja origem também teve a influência de Gilberto Sayão. A PDG teve seu auge em 2011, quando o setor de construção no Brasil estava aquecido, e havia grande busca por habitações mais baratas – segmento em que a PDG era especializada. Assim como a concorrente MRV, a PDG tinha também abertura no programa do governo federal Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Mas a crise no setor imobiliário e o enxugamento nos recursos distribuídos para o MCMV afetaram a PDG. O endividamento da companhia explodiu e, em fevereiro de 2017, ela entrou com o pedido de recuperação judicial. Desde então, as ações da companhia derreteram. Em 2018, a companhia anunciou um grupamento de ações em uma relação de 10 para 1. Isso acontece quando o valor dos papéis cai muito, e chega à casa dos centavos. O mesmo já havia sido feito em 2015. Com a nova metodologia, as ações da PDG perderam mais de 99% do valor, em relação à maior cotação histórica, em 2011.

Como era uma das maiores acionistas da PDG, a Vinci Partners também registrou prejuízo pela derrocada da incorporadora. A perda supera R$ 600 milhões.

Outro ativo problemático foi a Inbrands. A varejista de moda já era parte da primeira carteira de ativos da Vinci Partners, mas registra prejuízos anuais desde 2015. Diante do desempenho ruim, a Vinci resolveu desfazer-se da participação na Inbrands em 2018.

Para tentar compensar as perdas, a gestora foi atrás de ativos mais bem estruturados. Duas boas apostas foram na rede de restaurantes Burger King e na seguradora Austral. A estimativa do mercado é que os bons resultados tenham sido suficientes para cobrir os resultados ruins.

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Fundos da Vinci Partners

De acordo com informações prestadas pela gestora, a Vinci é responsável por administrar mais de 200 fundos de investimento (renda fixa, ações, multimercado, previdência, fundos de fundos etc). Alguns dos principais fundos da Vinci podem ser acessados nesta lista, na página da gestora.

Para adquirir cotas nos fundos da Vinci, é necessário identificar o produto de interesse e buscar o banco responsável por distribuir as cotas daquele fundo.

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