O que é ativo imobilizado e por que ele é tão importante para os investidores?

Por Redação

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Contadores e investidores experientes têm familiaridade com diversos ativos financeiros de uma empresa. Os termos mais comuns do mercado financeiro ajudam a encontrar boas oportunidades de investimento.

É importante compreender a importância de ativos e passivos para uma companhia. Por isso, entender o que é um ativo imobilizado tem um significado importante para uma carteira de investimentos

Apesar de, a princípio, parecer um termo muito técnico, é fácil compreender o que é um ativo imobilizado. E pode ser um grande trunfo na hora de fechar um bom negócio, sobretudo quando chegamos na época de divulgação do balanço patrimonial das empresas listadas na bolsa de valores.

Sem mais delongas, neste artigo vamos explicar o que é um ativo imobilizado e por que ele interessa para investidores muito mais do que para contadores e auditores fiscais. Confira:

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O que é um ativo imobilizado?

Por definição, segundo a Lei 6.404/1976, ativo imobilizado são “os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercícios com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens”.

Não entendeu nada? Talvez a definição do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 27 ajude. Segundo ele, ativo imobilizado pode ser definido como “um bem tangível que: (i) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros ou para fins administrativos; e (ii) espera-se que seja utilizado por mais de um período.”

Ainda em dúvida? Em outras palavras, ativo imobilizado é o conjunto dos bens fundamentais para que uma empresa funcione. Isso engloba todas as propriedades tangíveis, ou seja, tudo aquilo que se pode tocar como imóveis, automóveis ou mesmo o maquinário de uma indústria. Dessa forma, pode-se concluir que tudo aquilo que compõe o “patrimônio” de uma empresa, mas é subjetivo, não entra na conta do ativo imobilizado, como marcas, patentes e contrato social, por exemplo.

Para exemplificar, segue uma lista de ativos imobilizados:

  • Terrenos;
  • Edificações;
  • Veículos;
  • Móveis e utensílios;
  • Máquinas e equipamentos;
  • Ferramentas;
  • Computadores e periféricos;
  • Máquinas em construção;
  • Consórcios em andamento;
  • Florestamento e Reflorestamento; além de
  • Benfeitorias feitas em locais alugados ou arrendados.

No entanto, os ativos que são adquiridos por uma empresa com o propósito de serem revendidos, ainda que se enquadrem em uma das categorias acima, não devem fazer parte do conjunto de bens que integram o ativo imobilizado. É o caso de uma loja de carros, por exemplo, que adquire automóveis para revenda: eles devem constar como estoque e não como ativo imobilizado.

Além disso, segundo manda a Lei 12.973/2014 e CPC 27, os bens tangíveis de uma empresa só devem ser considerados ativos imobilizados quando pretendem ser reutilizados ou, segundo outro critério, tenham vida útil superior a um ano. Caso contrário, os bens só são considerados ativos imobilizados quando ultrapassam o valor mínimo de R$ 1.200. Nos demais casos não é obrigatório e cabe à empresa considerar se o ativo deve ser imobilizado ou não no seu balanço patrimonial.

Fora isso, como o ativo imobilizado é um bem fixo, há grande probabilidade de que, ao longo do tempo, haja depreciação do seu valor inicial de modo que a perda de valor deve constar no balanço patrimonial da empresa. Esse cálculo deverá seguir pontos pré-determinados como a vida útil do bem e o seu valor residual. O valor perdido, por sua vez, deve constar no resultado como despesa, exceto quando a depreciação for incluída no valor contábil de outro ativo.

Para compreender ainda melhor o que é o ativo imobilizado podemos compará-lo com outros tipos de ativos que devem constar no balanço patrimonial de uma instituição. Dessa forma, vale dizer que o ativo imobilizado está, ao lado do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo intangível, como subgrupos dos ativos não circulante sendo que estes são, via de regra, os bens de uma empresa que podem ser “realizáveis”, ou seja, vendidos no período de um ano, quando normalmente é feito um novo balanço patrimonial.

O ativo imobilizado difere do ativo realizável, dos investimentos e do ativo intangível já que cada um tem a sua especificidade.

O ativo realizável a longo prazo, por exemplo, é composto pelo conjunto de bens que tenham sua realização certa ou provável após o término do próximo balanço patrimonial, ou seja, com prazo superior a um ano.

Já como investimentos de ativos não circulantes devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda.

Por fim, o ativo intangível, em oposição ao ativo imobilizado, compreende o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido. Ou seja, tudo aquilo que é patrimônio da empresa, mas é imaterial.

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Por que ativos imobilizados importam para investidores?

Depois dessa explicação aos conceitos de contabilidade que constam no balanço patrimonial de uma empresa, você que se interessa por investimentos deve estar se perguntando: por que isso é tão importante?

Bem, por um motivo muito simples: ativos imobilizados são uma importante fonte de informação para investidores que procuram boas opções de investimento através de uma análise fundamentalista.

Ao contrário da análise técnica, esse tipo de avaliação leva em consideração as informações que constam no balanço patrimonial das empresas. Apesar de a maioria dos investidores considerarem apenas receitas e lucros, uma análise mais profunda como a fundamentalista pode revelar boas oportunidades de investimento pois os seus defensores buscam justamente encontrar o valor intrínseco de uma empresa e avaliar se ele está abaixo do valor praticado por suas ações na bolsa.

Com isso em mente e sabendo que o valor de uma empresa é, no mínimo, o valor de seus ativos menos o valor de seus passivos, os ativos imobilizados representam uma importante parcela dessa avaliação.

Dessa forma, comparar os balanços patrimoniais dos últimos anos de uma empresa sob a ótica dos ativos imobilizados pode revelar indícios como: o patrimônio dessa empresa está crescendo? Seus ativos fixos estão se desvalorizando rapidamente? Os ativos imobilizados estão sendo vendidos ou incorporados?

Perguntas que, se bem respondidas, podem trazer uma boa oportunidade de negócios para os investidores mais atentos.

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