Como saber se estão roubando minha energia? Distribuidoras dão orientações

Por Maria Teresa Lazarini

Além de ser crime, os "gatos" de energia encarecem a conta de luz de todos os consumidores

Poste de energia com fios, fundo céu azul

É esperado que, em meses mais quentes, a conta de luz chegue mais cara para os consumidores. Afinal, o uso em excesso de equipamentos como ventiladores e ar condicionado consomem mais energia do que o normal. Mas há meses em que não entendemos o porquê de a conta chegar tão alta.

Um dos motivos podem ser os roubos de energia.

Seja por meio de ligações clandestinas feitas diretamente no sistema elétrico ou pela alteração no relógio medidor, os conhecidos “gatos” golpeiam as finanças dos consumidores – e das distribuidoras. Em Brasília, por exemplo, as irregularidades causam prejuízo de quase R$100 milhões por ano à Companhia Energética de Brasília (CEB), responsável pela cidade.

Além do impacto financeiro, os furtos e fraudes de energia pioram a qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas e deixam o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções e oscilações no fornecimento de energia”, conta Vilmar Abreu, gestor de Excelência ao Cliente da EDP.

Pesando no bolso de todos

Quando a energia é roubada, o consumo não é medido corretamente. Para a conta fechar todo mês e o correspondente à quantidade furtada não “sumir”, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determina que a distribuidora compense o faturamento. Isso significa que todo o valor que não foi faturado durante o período do furto é cobrado após o caso ser apurado.

Quando alguém rouba a eletricidade, você acaba pagando o pato no valor da sua conta de luz.

“O furto de energia contribui para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores, uma vez que a quantidade de energia perdida por fraude e os custos para identificar e coibir as irregularidades são levados em consideração pela Aneel para estabelecer o valor da tarifa de energia para cada área de concessão”, explica Abreu, da EDP.

Como saber se estão roubando minha energia?

Antes de partir para a suspeita de que sua energia está sendo roubada, vale a pena descartar outros motivos que podem encarecer a conta, como:

  • Maior uso de equipamentos elétricos;
  • Mais pessoas em casa;
  • Aumento de tarifa da distribuidora.

Se esses motivos não corresponderem à realidade, o próximo passo é verificar o medidor de energia.

Para o roubo de energia acontecer, teria que haver uma ramificação da rede do próprio consumidor, ou seja: a partir do medidor de energia da unidade consumidora teria que haver um desvio para outra pessoa”, explica Vânio Moritz, assistente da Diretoria Comercial da Celesc.

Para verificar se o medidor de energia da sua unidade está alterado, Abreu da EDP recomenda que o cliente acione um eletricista de confiança para inspecionar a instalação elétrica interna da sua residência.

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O que fazer se descubro que estão fazendo “gatos”?

Se o eletricista chegar à conclusão de que o problema não é interno, o cliente deve acionar a distribuidora responsável pela sua região para uma análise do medidor de energia e da rede elétrica que o abastece.

Para denunciar um “gato”, o cliente deve ligar no canal de atendimento da sua distribuidora. As empresas mantêm o sigilo de quem denunciou e a inspeção costuma ser realizada com urgência.

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Fazer “gato de luz” é crime?

Sim, roubar energia é crime. De acordo com o Artigo 155 do Código Penal Brasileiro, “subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel” resulta em multa e pena de reclusão, de 1 a 4 anos.

Os equipamentos de energia, como transformadores e cabos, são patrimônio das distribuidoras. Quando alguém não autorizado pela instituição intervém na rede elétrica, o artigo 155 pode ser aplicado.

Além de ser crime, as ligações clandestinas são um risco à vida de quem o faz. Somente o pessoal autorizado pela distribuidora pode manipular na rede elétrica, com equipamentos de segurança adequado.