Como planejar a compra de alimentos para um longo período

Por Isabela Borrelli

mulher fazendo compras no supermercado

Com a chegada do coronavírus, emergiram notícias de produtos em falta e pessoas fazendo compras gigantescas nos mercados para o que parece ser um período ainda indeterminado de reclusão. No entanto, estocar uma grande quantidade de alimentos sem o devido planejamento pode acabar sendo um tiro pela culatra financeira e socialmente. Afinal, a comida pode estragar antes de ser consumida e muitas pessoas podem ficar sem acesso pela falta dos itens.

Para evitar esse cenário, é preciso planejar as compras para o que você realmente precisa! Pensando nisso, o iq entrevistou especialistas que responderam quais são os alimentos mais indicados para se comprar, a quantidade e a forma de conservação mais indicada.

Quais os cuidados com a alimentação em tempos de coronavírus?

Apesar do mundo estar passando por um período de exceção, é essencial manter uma boa saúde e a alimentação tem um papel importante nisso. “Cuidar da alimentação é ainda mais crítico em uma situação de pandemia.  Neste caso, é muito importante cuidar do sistema imunológico”, afirma Adriana Stavro, nutricionista.

E, falando em sistema imunológico, a dica aqui é apostar em frutas e vegetais da estação, além de beber muita água e reduzir o consumo de sal para evitar a retenção de líquidos. Os grupos de alimentos mais indicados pela nutricionista Adriane Dias, são: ricos em probióticos (como iogurtes naturais e kombucha), em fibras (frutas e hortaliças) e em vitamina D (peixes e frutos do mar), C e E (oleaginosas, frutas, carnes).

Em outras palavras, evitar ao máximo os produtos industrializados, por mais que possam parecer uma boa opção pela longa validade. “Não precisa buscar alimentos industrializados pela longa vida, até porque na quarentena o mercado continua funcionando e as feiras também. Os industrializados não condizem com a intenção da quarentena, que é se prevenir e melhorar a imunidade”, afirma Hussein Awada, nutrologista.

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Quais alimentos e a quantidade ideal para se ter?

“Talvez não seja o momento para evocar a ideia de fazer um pão fresco com fermentação natural e preparar suflés elaborados, tão pouco experimentar novas receitas. É hora de comida simples, pouco estresse e colaboração de todos da casa”, sugere Adriana Stavro. Seguindo essa dica, a nutricionista calculou a quantidade de alimentos básicos necessária para quatro pessoas durante duas semanas.

AlimentoQuantidade para 4 pessoas/quinzenaValor total (aproximadamente)
Arroz5 kg (5 pacotes de 1 kg)R$ 15
Feijão4 kg (4 pacotes de 1kg)R$ 24
Macarrão2 kg (4 pacotes de 500g)R$ 6
Farinha de trigo1 kg (1 pacote de 1kg)R$ 4
Sal1 kg (1 pacote de 1kg)R$ 1,60

 

Açúcar, carnes, frutas e legumes

Em relação aos açúcares, carnes, frutas e legumes, varia muito da quantidade média que cada um consome, já que varia muito. A indicação da especialista é diminuir ao máximo o consumo de açúcar e calcular uma média de 1 filé de carne por refeição. Já em relação a frutas e legumes, o ideal é se tenha pelo menos um cacho de banana por semana, assim como tomate, cebola e folhas para temperar pratos e fazer saladas. Maçãs, laranjas e peras, assim como cebola, batata, abóbora e cenoura são frutas e legumes com uma duração maior, sendo recomendados também.

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Como guardar esses alimentos?

Antes de pensar no armazenamento, é importante verificar o que você já tem em casa para depois comprar o que precisa. É preciso lembrar também que comércios essenciais como super mercados e restaurantes continuam abertos e com reposição constante de produtos.

No geral, o congelamento dos alimentos acaba sendo a forma mais indicada para fazê-los durarem mais. Para isso, é preciso mantê-los abaixo de -18ºC e ficar atento à média de duração de cada tipo de alimento: carnes vermelhas, 12 meses; porco ou vitela , 9 meses; carne moída, 4 meses; legumes e hortaliças, 12 meses;  frutas, 9 meses; massas prontas, 3 meses; molhos e sopas, 2 a 3 meses; queijo, 1 mês; peixe gorduroso, 2 meses; aves cruas, 12 meses; aves cozidas, 4 meses; carnes cozidas, 2 a 3 meses; arroz cozido, 3 meses.

Mas não só é preciso ficar atento no armazenamento, como também no descongelamento: “Devemos nos atentar também ao descongelar os alimentos. Segundo a ANVISA , não devemos descongelar qualquer alimento sob temperatura ambiente ou imerso em água. O descongelamento adequado deve ser feito sobre refrigeração, em temperatura inferior a 5ºC”, pontua Adriane Dias.

Atenção: na hora de armazenar, Stavro é a favor do método FIFO (First In, First Out), ou seja, o primeiro a entrar será o primeiro a sair, segundo os prazos de validade. “Utilize os alimentos antes do prazo de validade expirar e substitua por outros mais recentes”, afirma.