Antes e depois: veja quais eram os costumes mais antiquados dos bancos

Por Maria Teresa Lazarini

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Conseguir resolver pendências bancárias na palma da mão é um privilégio que o século passado nem sonhava em presenciar. Hoje em dia, conseguimos pagar contas, fazer transferências e cobranças em menos de um minuto. Mas nem sempre foi assim. Veja alguns dos perrengues que quem é mais velho teve que passar para conseguir colocar a vida financeira em dia.

1. Senhas nas filas das agências

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Uma das marcas registradas dos bancos são aquelas senhas de papel que retiramos logo na entrada da agência. Assim que temos uma em mãos, é preciso esperar as muitas pessoas que estão na nossa frente para o nosso número ser chamado em um visor eletrônico e finalmente sermos atendidos. O pessoal de antigamente passava por uma situação semelhante, só que de uma maneira incomum.

Ao invés de receberem tirinhas de papel com números, até a década de 80 era comum os clientes ganharem chapinhas circulares de metal com números para definir a ordem da fila. Cada uma delas possuía um número gravado que era chamado pelo bancário, por ordem, para começar o atendimento.

E sabe o papelzinho do banco que hoje jogamos no lixo ou guardamos no bolso? Os clientes do século passado não podiam fazer o mesmo com as chapinhas. Regina Silva da Cruz Cintra, bancária do Itaú na década de 70, conta neste artigo que uma agência que trabalhava, na Av. Paulista, ficou um bom tempo sem um dos objetos, o que desorganizou tremendamente a ordem numérica da fila. Depois de um tempo, ela descobriu que um cliente havia levado a chapinha para casa e feito um chaveiro com ela! É óbvio que ele teve que devolver o objeto.

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2. Enviar correspondências por bicicleta

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Por volta da década de 60, os bancários não precisavam só saber fazer contas – eles precisavam ter pique de esportista. Sabe aquela fatura do cartão de crédito que chega na porta da sua casa pelos Correios? Antigamente, em bancos como o Itaú, documentos como esses eram entregues pelos próprios bancários, que iam até as residências dos clientes de bicicleta.

João dos Santos, que começou a trabalhar no Itaú em 1960, conta neste artigo que “a própria agência mantinha bicicletas, que os funcionários usavam como meio de locomoção”. Hoje em dia, levar correspondências para as casas dos clientes definitivamente não é uma das preocupações de quem trabalha no banco.

Com o desenvolvimento do Internet Banking, muitas empresas nem enviam mais documentos por Correios para clientes, deixando todas as informações disponíveis online, como o Nubank, por exemplo. Além de poupar tempo dos funcionários, a modernização também é boa para o planeta, já que reduz o gasto de papel.

3. Pagar contas manualmente

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Foram só nos anos 90 que os caixas eletrônicos começaram a dar o ar da graça. Antes da invenção dessas máquinas, os clientes precisavam falar com um bancário para conseguir pagar uma conta de luz, por exemplo, ou fazer uma transferência. E só para falar com um atendente, você precisava esperar em uma fila para ser atendido, provavelmente com as chapinhas metálicas que comentamos anteriormente.

Hoje em dia pagar contas ficou absurdamente mais fácil, mas não só por causa da invenção dos caixas eletrônicos. Com o iq, você consegue cadastrar suas principais contas para pagamento automático com cartão de crédito e nunca mais ter que esperar na fila do banco ou da lotérica para deixar as contas em dia. Quer mais modernidade que essa?

4. Cartelinhas para sacar dinheiro

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Sabe quando você precisa fazer um pagamento e só aceitam dinheiro vivo? Hoje em dia, é fácil resolver situações como essa: basta encontrar um caixa eletrônico e usar seu cartão para ter o dinheiro que precisa em mãos. Mas o brasileiro nem sempre teve acesso a essa comodidade.

Antigamente, os clientes só podiam obter dinheiro com um bancário durante o funcionamento do banco, que era das 12h às 16h! Quem não conseguisse ir a uma agência nesse período, teria que esperar pelo próximo dia para ter a quantia em mãos. Até que o “avô dos caixas eletrônicos atuais” foi criado para modernizar a realidade bancária, em 1970.

Desenvolvido pelo Banco Itaú, o Itaúcheck possibilitava que os clientes retirassem quantidades limitadas de dinheiro, que vinham em estojos plásticos. Para conseguir fazer isso, os clientes com crédito tinham direito a um número limitado de papéis que eram lidos pela máquina, como o da foto abaixo.

Hoje, como você já deve saber, a realidade é bem diferente. Os clientes conseguem sacar quantidades maiores nos caixas eletrônicos localizados nas agências que, de maneira geral, funcionam das 6 da manhã às 22hs. Sem falar da rede 24h, que possibilita saques de diferentes bancos durante todas as horas do dia. Isso é que é comodidade!

5. Bancários de gravata

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Se você acha que ter bancários de gravata ainda é uma prática comum nos bancos, você provavelmente está certo. Mas, enquanto hoje nós vemos homens e mulheres trabalhando em agências, antigamente só se viam bancários do sexo masculino; de gravatas. Até a década de 30 havia pouquíssimas mulheres que trabalhavam fora de casa – e nas agências não era diferente.

Até que, em 1932, o quadro de bancários começou a ficar mais diverso. O Banco Banespa, que foi comprado pelo Banco Santander em 2000, contratou a primeira bancária mulher como funcionária efetiva. A admissão de Maria Eugênia Guimarães causou escândalo na sociedade paulistana, mas determinou um marco para a representatividade feminina no mercado financeiro brasileiro.

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