Quer saber como ficar rico? Conheça a Filosofia IQ de Investimentos (FIQI)

Por Breno França

Nosso guia reúne 6 regras principais, que mostram, de uma maneira prática e concisa, como o investidor deve construir e multiplicar o próprio patrimônio

Formar uma reserva de emergência, gastar menos do que você ganha e diversificar as aplicações são apenas algumas das recomendações que fazemos aos investidores

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Não é novidade para ninguém: o mundo está cada vez mais globalizado e a tecnologia cada vez mais presente em nossas vidas. No ramo do mercado financeiro, não é diferente. As lógicas do passado são desafiadas o tempo todo e é preciso estar sempre atento para saber o que ainda é útil e o que já não serve mais em termos de investimentos.

O IQ surgiu na esteira dessas mudanças. Acreditamos que é possível falar de dinheiro em alto nível no Brasil e que a oportunidade de aprender a investir para realizar seus objetivos e ter uma vida financeira tranquila é para todos.

Atuando em várias frentes para tentar levar mais e melhor conteúdo sobre investimentos para nossos leitores, espectadores, seguidores e clientes, sentimos a necessidade de compilar tudo aquilo em que nós acreditamos de uma maneira prática e concisa. Assim surgiu a Filosofia IQ de Investimentos (FIQI).

Neste artigo introdutório, ela será apresentada a você. Na sequência, outros artigos deverão aprofundar cada um dos nossos seis princípios e outros tantos deverão citá-la. Mas mesmo quando a FIQI não estiver mencionada nos nossos conteúdos, ela estará por trás do que fazemos, porque – de maneira muito honesta – é isso que guia nosso trabalho por aqui e acreditamos que isso também pode guiar você a investir melhor.

Porém, não se engane. Não há nada de glamoroso, misterioso ou profético nela. Pelo contrário. A FIQI foi criada para ser realista, racional e coerente. Ela não promete milagres tampouco faz concessões, afinal, também acreditamos que para investir bem é preciso planejamento, estudo, dedicação e persistência.

Com o tempo, ela ficará mais fluída e compreensível, mas, por hora, confira o Guia Inicial da Filosofia IQ de Investimentos:

Filosofia IQ de Investimentos

Você já se pegou torcendo para que seu investimento rendesse? Já perdeu uma noite de sono por causa de como e onde seu dinheiro estava aplicado? Ou já investiu em algo sem ter a menor ideia do que estava fazendo? Se a sua resposta for sim para qualquer uma dessas perguntas, temos uma boa e uma má notícia para você.

A má notícia é que você está usando seu dinheiro de forma errada. Investimento não é time de futebol para depender de torcida, não pode ser tão arriscado a ponto de tirar seu sono e nem pode ser uma caixa preta.

A boa notícia é que isso tem solução.

Reunindo a experiência e a prática dos investidores mais bem-sucedidos no mercado nacional e internacional, a Filosofia IQ de Investimentos foi formulada com o objetivo de ajudar os brasileiros a acumular patrimônio de forma inteligente e segura. Para que cada um possa conquistar tranquilidade financeira e suas próprias realizações materiais ao longo da vida, a FIQI utiliza-se de todas as vantagens oferecidas pelo sistema financeiro ao investidor individual.

Ao todo, são seis mandamentos e algumas recomendações que até podem se adequar a cada caso individualmente, mas, via de regra, valem para todos. Começando por:

1. Gaste menos do que você ganha até o dia da sua aposentadoria

Parece óbvio – e realmente é –, mas a primeira regra para começar a investir corretamente é: gaste menos do que você ganha sempre.

De modo geral, essa condição é entendida pela maioria das pessoas, mas alguém que pretende se tornar um bom investidor precisa compreendê-la num nível mais profundo. A partir desse momento, gastar menos do que você ganha não é apenas uma prática para evitar adquirir dívidas, é algo fundamental para que você consiga aplicar uma quantia todo mês e, portanto, para que esse dinheiro se multiplique com os rendimentos compostos .

Gastar menos do que você ganha te ajuda em duas frentes: primeiro, a nunca se iludir e criar um padrão de vida que não poderá ser mantido durante a sua aposentadoria e, segundo, entender que a diferença entre o que você gasta e o que você ganha é a única variável da equação de construção do seu patrimônio que está sob seu controle. E esse seu patrimônio é justamente o que será subtraído a partir do momento que você parar de trabalhar.

Dessa forma, para alcançar os seus objetivos de modo sistemático e não ficar dependendo de casualidades, é preciso entender que sua vida financeira sempre vai depender de três “jogos”:

  • Jogo da receita – aumente sua capacidade de ganhar dinheiro (expandindo seu negócio, conquistando uma promoção no trabalho, assumindo uma atividade extra etc.)
  • Jogo do custo – limite seus custos e gaste menos ou de forma mais inteligente (como em cursos que podem dar um retorno maior no futuro).
  • Jogo do investimento – com o que sobrar, foque em acumular patrimônio com visão de longo prazo em ativos de valor.

Para ser um bom jogador nessas três modalidades, é preciso assimilar que seus investimentos não podem entrar na sua conta do dia a dia, nem do mês, nem do ano. Não existe investimento seguro, sustentável ou consciente se o seu resultado determina se você vai ou não conseguir pagar suas contas ou, em outras palavras, novamente, se o resultado do que você ganha menos o que você gasta for negativo.

Por isso mesmo, também é imprescindível que você fuja das dívidas. Dívidas são investimentos negativos. Elas jogam duplamente contra você. A regra do mercado é: quem tem dinheiro manda, logo, o dono do dinheiro sempre terá vantagem sobre quem precisa dele.

2. Sempre comece pela reserva de emergência

Dentro da Filosofia IQ de Investimento, a regra de número dois é inegociável. Começar sua vida de investidor formando uma reserva de emergência é um passo fundamental para que todas as aplicações que estejam por vir sejam melhores e que, portanto, possam dar um retorno mais rápido ou maior.

No caso de você ser um trabalhador assalariado, calculamos que o ideal é juntar, em média, o equivalente a seis meses dos seus gastos, sem considerar os benefícios sociais do regime CLT (verbas rescisórias de uma eventual demissão, por exemplo). Existem projeções mais conservadoras e também mais arriscadas, mas nós consideramos que seis meses é um tempo suficientemente seguro para que o trabalhador encontre uma nova fonte de renda sem precisar mexer nos demais (e futuros) investimentos.

Já no caso de você ser um empreendedor, recomendamos que você faça uma reserva de emergência de pelo menos 12 meses. Essa mudança acontece porque empresários carregam o passivo de suas empresas, ou seja, no dia em que perdem suas fontes de renda, além de ter que arcar com gastos futuros ainda precisam pagar dívidas assumidas no passado, sem os benefícios sociais do regime CLT.

De qualquer forma, até encher sua reserva de emergência, você é um poupador. Isso não significa que você tenha que deixar o seu dinheiro parado na poupança já que, como sabemos, existem aplicações melhores e tão seguras quanto a caderneta, mas é fundamental que sua reserva fique em um ativo de baixo risco (ações nem pensar!) e alta liquidez (imóveis nem pensar!).

Quando esse primeiro objetivo for alcançado, você se torna um investidor inabalável. Seu perfil de investidor, portanto, só importa depois que essa meta for alcançada. Antes disso, se você não for considerado um investidor conservador, você só pode ser considerado um investidor maluco, porque ninguém pode achar que está investindo com segurança se não tiver garantido a sua própria reserva de emergência.

3. Preste atenção nos custos do seu investimento

Se você é um iniciante no mundo dos investimentos, irá se surpreender com a quantidade de taxas e impostos que podem ser cobradas apenas para que você possa aplicar seu dinheiro. Entender porque isso acontece, no entanto, é muito fácil.

Imagine-se na posição contrária: taxas e impostos são a forma mais previsível que o banco e o governo têm de ganhar dinheiro sem depender dos resultados das aplicações. Pelo mesmo motivo, taxas e impostos também são a forma mais previsível que você tem de evitar perder dinheiro. Assim sendo, não tem jeito: se você quer ganhar dinheiro investindo, preste atenção aos custos do seu investimento.

Busque as menores taxas. Muitas vezes, elas importam até mais do que a promessa de rendimento das aplicações, já que juros variam muito mais do que taxas. Perder dinheiro com aplicações pode fazer parte do jogo, rendimentos não estão sob seu controle. O importante é não perder dinheiro com taxas, já que essas é você quem escolhe quais e quantas vai pagar.

Além disso, evite pagar impostos desnecessariamente. Não se trata de sonegação fiscal, evasão de divisas, nada do tipo. Um exemplo de como pagar menos impostos dentro das regras do jogo é evitar mudar seus investimentos de lugar. Isso porque a maioria dos tributos têm alíquotas regressivas – conforme o tempo do investimento passa e algumas aplicações, com os mesmos riscos e rendimentos que outras, têm uma tributação maior ou menor.

4. Sempre diversifique a sua carteira de investimentos

Uma vez que nós garantimos que você já se acostumou a gastar sempre menos do que você ganha, já fez sua reserva de emergência e já fechou as torneiras do desperdício com taxas e impostos, chegou a hora de entrarmos no campo da estratégia de investimentos propriamente dita.

Diante disso, você já ouviu aquela frase “não existe almoço grátis”? É mentira. No mundo dos investimentos, o almoço de graça se chama diversificação.

Entendendo que agora estamos no campo das variáveis que fogem do nosso controle, a melhor forma de diminuir seu risco é diversificar. E isso por um motivo muito lógico: não existe investimento mais seguro do que a soma de todos os investimentos.

Por diversificar, entenda-se não manter seus investimentos numa única aplicação, mesmo que seus riscos sejam relativamente baixos. Se envolve 100% do seu patrimônio, ainda é muito arriscado para você.

Aproveite que o mercado é globalizado e a tecnologia nos dá mais opções do que somos capazes de escolher para diversificar por geografia (Brasil e exterior), por classes de risco (juros, ações e imóveis), por ativos (títulos públicos e privados, companhias e seu setores, commodities e moedas) etc.

E antes que você pense em usar isso como desculpa, diversificação é uma opção tanto para grandes quanto para pequenos investidores. Para citar apenas um exemplo, na própria B3, a bolsa de valores brasileira, existe uma série de índices que reúnem empresas de vários setores. Comprando o Ibovespa, por exemplo, você se torna dono de uma pequena parte de 61 empresas diferentes, com valores a partir de R$ 100.

5. Foque em investimentos que tenham valor

Essa certamente é a regra mais subjetiva da FIQI por um simples motivo: apesar de todos terem que focar seus investimentos em valor, o que é valor para uma pessoa não é necessariamente o mesmo que para outra.

De modo geral, no entanto, ativos de valor podem ser definidos ou como aqueles que têm um risco muito baixo para um retorno acima da inflação, ou como aqueles que têm uma boa capacidade de se valorizar com o tempo (boas empresas, bons imóveis, fundos de bons gestores etc).

Esse é o momento em que você precisa definir seu perfil de investimento.

No entanto, não se engane, trade não é investimento, é profissão. Apesar de todo investimento requisitar algum nível de estudo e dedicação, você não vai parar de trabalhar para se dedicar somente a isso. Caso o faça, essa terá se tornado a sua profissão. E mesmo que isso aconteça, as regras anteriores continuam valendo – inclusive gastar menos do que ganha e fazer uma reserva de emergência.

Por esse motivo, limite suas apostas de risco a um percentual pequeno do seu capital, àquilo que você está disposto a perder sem se remoer. Tenha em mente que investir bem é chato, não tem emoção, não tem sentimento, é racional, lógico e quem tem mais informação se dá melhor.

Portanto, não perca o sono por causa dos seus investimentos. De preferência, nem olhe para eles todos os dias. Só invista naquilo que te deixa confortável, mas estude para que cada vez mais coisas sejam do seu conhecimento. Por último:

6. Use a “bola de neve” dos rendimentos compostos a seu favor

Foi ninguém menos que Albert Einstein quem disse: “os juros compostos são a força mais poderosa do universo e a maior invenção da humanidade, porque permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”.

Consequências à parte, é assim que o sistema é, e cabe a cada um de nós escolher se vamos colocar essa força a nosso favor ou contra nós. Lembre-se, no entanto, que esse é um modelo confiável e sistemático: dinheiro atrai mais dinheiro, não importa se é você quem está recebendo ou devendo.

Rendimentos tornam-se capital, que geram rendimentos, que aumentam o capital. Use essa bola de neve a seu favor. Saiba que a maneira mais certeira de ficar rico é acumular boas quantidades de bons ativos por muito tempo e deixar que os rendimentos compostos atuem.

O limite e a velocidade em que eles vão fazer isso dependem em parte de você e em parte do mercado. Por isso, faça a sua parte bem feita (trace um objetivo, tente poupar todo mês, evite se desfazer do seu patrimônio) e deixe o seu dinheiro fazer o resto.