Small caps: quais os riscos e vantagens na compra dessas ações?

Por Redação

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Small caps é o nome dado para as ações de empresas cujo volume de capitalização é menor. Em outras palavras: o volume diário movimentado na bolsa (venda e compra dos papéis) é pequeno, comparado com o de empresas maiores. Em geral, o valor total de mercado dessas empresas não ultrapassa os R$ 2 bilhões.

As empresas que têm ações na categoria de small caps, em geral, se enquadram em dois critérios: são novatas na bolsa de valores – ou seja, fizeram a primeira Oferta Pública de Ações (processo também chamado de IPO) há pouco tempo – ou estão em um momento de baixa atratividade. Pode ser um período de crescimento vagaroso, em um pós-crise ou até mesmo de baixa exposição ao mercado.

A atratividade das small caps está justamente no grande potencial de crescimento dessas empresas, o que geraria uma valorização nas ações. Sendo assim, investidores que embarcam nesses papéis logo no início podem registrar ótimos resultados. Mas, antes de encher sua carteira de investimentos em small caps, é muito importante ficar atento aos riscos típicos desse tipo de ação.

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Quais são os riscos em investir em uma small cap?

Uma das regras básicas do investimento seguro é buscar ativos com liquidez e baixa volatilidade. No mundo das ações, a volatilidade pode ser uma grande aliada (ou vilã) em resultados de curto prazo. Os grandes riscos das small caps estão justamente nesses dois fatores: são ações que podem ter baixa liquidez e muita volatilidade.

A baixa liquidez é decorrente do volume menor de capitalização. Como há poucas pessoas interessadas em vender ou comprar os papéis, pode ser difícil se desfazer de grandes lotes de ações de uma só vez. Isso não acontece com as ações de blue chips – grandes empresas, como Vale e Petrobras, cujo volume transacionado diariamente é muito maior.

A volatilidade decorre desse mesmo fator. Como o volume transacionado é pequeno, qualquer movimento localizado pode gerar turbulência na cotação das ações. Além disso, o valor unitário dos papéis de uma small cap costuma ser baixo – algumas delas têm ações cotadas a pouco mais de R$ 1. Isso significa que centavos fazem toda a diferença na variação diária.

Apesar de também serem buscadas por investidores com planos de curto prazo, o ideal é que aqueles que optarem pelas small caps tenham consciência que, na maioria das vezes, a melhor forma de incluir essas ações na carteira é pensando à frente. Por mais que a volatilidade possa criar resultados tentadores em um período de poucos pregões, é preciso olhar para essas empresas no longo prazo.

Uma das formas de fazer isso é observar as análises de corretoras e bancos sobre esses ativos. As small caps têm se popularizado, o que atrai também a atenção daqueles responsáveis por avaliar ou recomendar investimentos. Nessas análises, é importante olhar para os fundamentos da empresa, a situação do balanço financeiro, o contexto (como está o setor em que essa empresa atua?), além de saber quem são os controladores.

Casos recentes, de small caps que tiveram grandes valorizações na bolsa, mas não tinham fundamentos tão sólidos, mostram que esse é um segmento que requer cautela. Neste artigo, falamos sobre o caso da fabricante de armas e munições Taurus.

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Small caps mais recomendadas

A própria movimentação da economia faz com que a lista de small caps recomendadas por analistas esteja em permanente mudança. Quer um exemplo? A Magazine Luiza, um dos cases de maior sucesso da bolsa de valores brasileira, a B3, já foi uma small cap. Em dezembro de 2015, a ação da varejista estava cotada a pouco mais de R$ 1. No pico histórico, registrado em maio de 2019, os papéis da varejista encostaram na casa dos R$ 200.

Além do efeito de recuperação da economia pós-crise de 2014, os papéis da Magazine Luiza acompanharam o próprio crescimento da empresa, embalado pela melhoria de processos internos.

A busca pela próxima Magazine Luiza é intensa, e o mercado está de olho em small caps que podem ter uma trajetória semelhante. Entre as mais recomendadas em maio de 2019 estão empresas como a Totvs, companhia brasileira especializada em tecnologia e softwares, a rede de laboratórios Fleury e o banco Banrisul. Antes de investir nessas ou em qualquer outra small cap, recomendamos que você se atente aos riscos e verifique se os papéis dessa empresa realmente fazem sentido para você.

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Índice Small Cap (SMLL)

A B3 (Brasil Bolsa Balcão) mantém uma lista de ações de baixa capitalização – as small caps. Esse grupo de ações compõem um índice chamado de Índice Small Cap (SMLL). Para ter acesso aos dados históricos do índice e à lista de small caps, acesse esse link.