Tudo sobre as ações da Cielo (CIEL3)

Por Redação

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A Cielo é a líder no mercado brasileiro de pagamentos e transações com cartões de crédito e de débito. Ela é controlada pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil que, juntos, possuem 58,7% das ações da empresa.

Como a Cielo chegou aqui?

Quando foi fundada, em 1995, a Cielo ainda tinha o nome de Visanet. A empresa surgiu de uma parceria entre os bancos e a Visa Internacional, cujo objetivo era credenciar estabelecimentos comerciais para a aceitação de cartões de débito e de crédito. Até 2009, as máquinas de cartão da Visanet só estavam habilitadas para aceitar cartões com a bandeira Visa. A principal concorrente da Visanet (hoje Cielo) era a Redecard (hoje Rede), que só aceitava cartões da bandeira Mastercard.

Por causa dessa exclusividade, Cielo e Rede dominaram o mercado de adquirência por anos. Essa dinâmica mudou em 2009, quando o Banco Central quebrou o duopólio das bandeiras. Na prática, todos os cartões deveriam ser aceitos em todas as máquinas. No mesmo ano, a Visanet mudou de nome para Cielo e fez a abertura de capital na bolsa de valores brasileira, em uma das maiores operações da história da B3 (Brasil Bolsa Balcão). Atualmente, 36% das ações da Cielo estão em circulação, nas mãos de acionistas minoritários.

A mudança na regulação das bandeiras incentivou a entrada de novas empresas de pagamento no mercado. A Cielo, que chegou a ter quase 60% de market share, hoje tem uma participação na casa dos 40%. Essa ameaça concorrencial cresceu nos últimos anos e teve um impacto direto nas ações da empresa.

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Qual a trajetória das ações da Cielo CIEL3?

A Cielo negocia somente ações ordinárias, sob o código CIEL3. Os papéis da empresa alcançaram o maior patamar histórico em julho de 2015, quando eram ofertados por pouco mais de R$ 31. Desde então, a ação passou por períodos de maior volatilidade e está em uma trajetória de queda livre desde o início de 2018. Em abril de 2019, os papéis CIEL3 estavam sendo negociados por R$ 7, o menor valor desde meados de 2011.

O mercado anda desconfiado de uma recuperação no preço das ações. Muitos analistas têm diminuído o preço-alvo da ação para a casa dos R$ 7, o que dá um sinal de que os papéis não estão no patamar mais baixo – ou seja, o ponto “mais barato” parece não ter sido alcançado.

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Qual a situação financeira da Cielo?

Em 2018, a Cielo faturou R$ 11,7 bilhões e registrou um Ebitda de R$ 3,6 bilhões, o que representa uma queda de 12% em relação ao ano anterior. A empresa teve um ganho de 10% na base de clientes, explicado pelo aumento de micro e pequenos empreendedores credenciados. Nos últimos anos, a Cielo investiu pesado nesse segmento, chamado pelo mercado de cauda longa. É justamente na faixa dos micro e pequenos negócios que seus novos concorrentes (PagSeguro, Stone, SumUp, Getnet etc.) vêm crescendo.

O balanço também revelou um crescimento na busca pelo serviço de antecipação dos recebíveis (em que o comerciante recebe o valor da compra 2 dias após a operação, mediante pagamento de taxa). Em 2018, a Cielo registrou um volume financeiro de crédito na modalidade do “receba rápido” de R$ 7,4 bilhões – um aumento de mais de 250% em relação a 2017.

A antecipação de recebíveis é uma ferramenta importante de controle de fluxo de caixa para os pequenos negócios, além de ser uma crescente fonte de receita para as empresas de pagamento. Os números da Cielo são uma boa notícia, pois mostram que a empresa está conseguindo ganhar importância na cauda longa. Mas as concorrentes também estão de olho nesse nicho e uma nova etapa de competição no mercado de adquirência começou recentemente.

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Taxa zero na antecipação de recebíveis

As ações da Cielo despencaram depois de a Rede, concorrente de maior peso, anunciar que não cobraria taxa na antecipação de recebíveis no cartão de crédito à vista (compras parceladas não entram na regra nova). Não só as ações da Cielo caíram, como também as das outras concorrentes – PagSeguro, Stone e Linx.

O mercado já andava avesso aos papéis da Cielo porque entendia que a empresa teria de abrir mão de receita para entrar na briga e recuperar parte da participação de mercado que perdeu nos últimos anos. Isso, aliás, já vinha acontecendo. Ao lançar maquininhas com taxas de transação mais competitivas, especialmente as da linha Stelo, a Cielo já vinha apertando o cinto do caixa para poder captar os clientes que priorizavam o custo mais baixo.

Agora, com o movimento da Rede, a Cielo fica diante de uma escolha de Sofia: abdica de mais recursos para poder competir com a Rede ou preserva o caixa e perde espaço no mercado. Difícil dizer qual opção seria melhor. Mas é importante lembrar que a Rede zerou a taxa de antecipação de recebíveis com a condição de que o credenciado usasse uma conta do Itaú, banco controlador da Rede, para obter o benefício tarifário. Ao contrário dos concorrentes menores, que não estão ligados a nenhum banco de varejo, a Cielo tem dois dos cinco maiores bancos brasileiros como controladores e estaria, operacionalmente, mais propenso a repetir o mesmo modelo adotado pela Rede.

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Como comprar ações da Cielo (CIEL3)?

Trata-se de um processo simples. Assim como na compra de qualquer outro papel da B3, basta que você tenha uma conta em uma corretora de valores e compre papéis dentro da plataforma de home broker.

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