Pirâmide financeira: o que é e como funciona?

Por Redação

Você talvez já tenha ouvido falar, mas sabe como funciona uma pirâmide financeira?

Anunciado como um investimento, na verdade, esse esquema é uma fraude – e é importante entender detalhes sobre ele para proteger seu patrimônio.

Alimentadas pela falsa ideia de ganhos rápidos e fáceis, muitas pessoas caem nas promessas desse tipo de golpe.

E o resultado, como você pode imaginar, são perdas financeiras importantes.

Por vezes, sonhos de uma vida inteira desmoronam em razão de pirâmides do tipo.

Dados da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) – órgão relacionado ao Ministério da Economia – mostram que os casos suspeitos saltaram de cinco, em 2016, para 11 em 2019 (até outubro).

O crescimento é atribuído à maior facilidade de disseminação da fraude no ambiente digital.

Neste artigo, vamos explicar o que é uma pirâmide financeira, quais são as suas principais características e mais dicas para não cair nessa armadilha.

O que é uma pirâmide financeira?

Pirâmide financeira é um esquema fraudulento que promete lucros aos investidores a partir da atração de novas pessoas para o negócio.

O nome dessa prática faz referência à lógica das pirâmides reais, construídas de modo que a base ou níveis mais baixos sustentem o topo ou os níveis mais altos.

Ou seja, em um esquema de pirâmide financeira, os lucros não vêm da venda de produtos ou serviços, e sim do recrutamento de novos participantes.

A popularização de alguns tipos de investimento pode estar por trás do crescimento das pirâmides financeiras no Brasil e no mundo, já que os donos do negócio apresentam seu esquema como mais um formato de aplicação para conseguir lucro rápido.

Atraídos pela promessa de “resultado garantido”, dinheiro e enriquecimento em poucos meses, investidores desavisados acabam caindo nessa armadilha. 

Características que te ajudam a identificar uma pirâmide financeira

Para identificar uma pirâmide financeira, é essencial diferenciar esse esquema de uma empresa ou investimento.

Uma empresa é uma entidade que tem como objetivo o lucro, mas que se vale de trabalho para alcançar esse propósito.

Portanto, ela precisa focar em um ou mais produtos e serviços para crescer e se tornar mais lucrativa.

Já em um investimento, é o próprio dinheiro que “trabalha” pelo investidor, sendo aplicado, emprestado ou usado, por exemplo, para a compra de ações na bolsa de valores.

Depois de algum tempo, o valor investido pode gerar lucro ou prejuízo, dependendo do resultado da aplicação, taxas, queda ou alta no valor das ações, entre outros fatores.

Já a pirâmide não segue nenhum dos modelos acima. 

Segundo especialistas, o investidor deve desconfiar de negócios com as seguintes características:

  • Que ofereçam dinheiro fácil e rápido
  • Que prometam lucros de 2% ou mais ao mês, sem riscos
  • Que incentivem, com mais ganhos, a indicação de novos investidores
  • Cujo foco não seja um produto ou serviço
  • Nos quais não haja informações suficientes sobre a empresa e sua credibilidade.

Por que a pirâmide desaba?

Conforme descrevemos acima, a pirâmide é um esquema pensado para sustentar quem está no topo, que se beneficia dos valores investidos pelos níveis abaixo.

Assim, quem cria o esquema ou ingressa nele em sua fase inicial, sai ganhando.

Normalmente, são cobrados valores para entrar no negócio, que podem estar disfarçados de taxas para a realização de cursos ou até para a compra de produtos.

No entanto, os valores não são aplicados para que gerem lucro. Eles são simplesmente utilizados para pagar quem está nos níveis superiores da pirâmide.

Por isso, quem investe no esquema chega a receber os lucros por algum tempo – enquanto o dinheiro se movimenta dentro do negócio.

Mas, como não há vendas ou qualquer outra forma de multiplicar os valores, o esquema se torna insustentável, assim que a base da pirâmide para de aumentar.

Por consequência, a pirâmide desaba e seus membros deixam de receber os pagamentos.

Geralmente, apenas os fundadores conseguem ampliar seu patrimônio, enquanto os demais ficam com o prejuízo.

Pirâmide financeira é crime?

A Lei nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951, caracteriza a pirâmide financeira como crime contra a economia popular.

O esquema é descrito no artigo 2ª, inciso IX da legislação, que afirma ser crime dessa natureza:

Obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos.

Se ficar confirmada a formação de pirâmide financeira, seus líderes estão sujeitos à prisão (por um período de seis meses a 2 anos) e multa.

Conforme o artigo 171 do Código Penal, o esquema também pode ser enquadrado como crime de estelionato, definido pela obtenção de vantagem ilícita por meio de prejuízo a outras pessoas.

Nesse caso, a pena aumenta e os sócios podem ser condenados à reclusão por até cinco anos.

Exemplos e casos de pirâmide financeira 

Um dos casos mais famosos é o da Telexfree, empresa de origem norte-americana que, supostamente, vendia serviços de telefonia via internet (Voip) no início da década de 2010 e garantia lucros de 200% para quem recrutasse novos integrantes para o negócio.

Investigações constataram que os produtos representavam uma porcentagem irrisória dos ganhos da companhia, que era sustentada pela entrada de novos membros.

Depois de atrair cerca de 1 milhão de pessoas, a pirâmide desmoronou, levando à denúncia dos sócios James Merril, Carlos Wanzeler e outras 20 pessoas.

Em 2016, Merril admitiu, diante da Justiça de Massachusetts, ser culpado pela fraude.  

Outro esquema foi organizado pelo grupo Wall Street Corporate, que se instalou em Brasília para ofertar o investimento em uma moeda virtual falsa, chamada Kriptacoin.

A pirâmide foi desmascarada em 2017, levando à condenação de 13 pessoas que captavam novos investidores, sustentando sua vida de luxo com os recursos empenhados no esquema.

Um registro mais recente data de outubro de 2019, quando a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar acusações contra a empresa Unick Forex.

Segundo a investigação, a companhia captava recursos financeiros de maneira ilegal, sem autorização das autoridades, e promete retorno de 100% em seis meses.

Como você pode ver, são muitos os casos de pirâmide financeira e novos golpes surgem ano após ano.

O melhor a fazer é se manter informado para não cair nesse tipo de cilada.

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