Consórcio Embracon: vale a pena fazer?

Por Redação

Consórcio-Embracon

Em busca de investimentos seguros e tentando fugir de altas taxas de juros na hora de adquirir bens, muitas pessoas acabam considerando uma opção muito comum aos brasileiros – os consórcios.

Uma dessas opções é o consórcio Embracon, que pertence a uma das maiores administradoras de consórcio do país.

Mas será que vale a pena investir nesse segmento? Entenda neste artigo como funciona e por que não fazer consórcio.

Como funciona o Consórcio Embracon?

Modalidade de crédito criada no Brasil nos anos 60, o consórcio surgiu como uma alternativa ao leasing e ao financiamento para a compra de carros zero e continua muito popular por aqui.

Como a maioria deles, o consórcio Embracon funciona como um sistema de parcelamento entre um grupo de pessoas (físicas ou jurídicas) interessadas em adquirir um mesmo bem – veículos, imóveis, viagens ou até serviços.

Esses compradores são divididos em grupos e tornam-se cotistas, devendo fazer depósitos mensais (parcelas) em uma conta da empresa administradora, cuja função é fazer a gestão desses valores e entregar o bem ao consorciado ao final do contrato. Para isso, cobra uma taxa administrativa – entre 15 e 20% sobre o valor do bem.

Pagando em dia, os participantes concorrem a sorteios para receber uma carta de crédito e adquirir o bem. Uma vez sorteado, basta continuar pagando as parcelas à administradora.

Os consorciados podem ainda dar um lance, ou seja, fazer um aporte para antecipar o recebimento do bem ao invés de esperar ser contemplado nos sorteios. O lance funciona como um leilão: acontece em formato de assembleia e quem oferecer o valor maior, tem direito à carta de crédito.

Agora que você conhece o sistema de funcionamento dos consórcios em geral, vamos mostrar especificamente os tipos de consórcio Embracon.

Tipos de consórcio

O consórcio Embracon oferece quatro tipos de consórcio: de imóveis, carros, motos e serviços. Cada um deles tem especificações próprias, como veremos a seguir.

Consórcio de imóveis

Nesta modalidade, a carta de crédito pode ser usada para adquirir imóveis de qualquer tipo – casa, apartamento, terreno, chácara, sítio, entre outros -, novos, construídos ou na planta. Neste último caso, é preciso dar outro imóvel como garantia.

Com esta carta, também é possível reformar ou quitar dívidas de imóveis financiados, por exemplo. O prazo de quitação é de 180 meses, sem incidência de juros, e o consorciado só precisa comprovar crédito quando for contemplado com o bem.

Consórcio de carros

Esta carta de crédito permite a compra de um carro novo ou seminovo, de marca, modelo e cor à escolha do consorciado.

Os planos de pagamento variam entre 36 e 80 meses, sem juros. Também é possível usar um veículo usado como lance para adquirir consórcio do novo, e usar o saldo excedente da carta de crédito para pagar tributos do novo bem.

Consórcio de motos

Contempla o consorciado com uma carta de crédito para aquisição de uma moto nova ou seminova.

Os planos de pagamento começam em 36 meses e podem chegar até 70 meses, sem juros. Também é possível dar um lance com uma moto seminova.

Consórcio de serviços

Com esta carta de crédito, o participante pode adquirir pacotes de viagens, estudos, procedimentos estéticos, festas, reformas ou serviços de decoração.

O consorciado tem até 20 meses para quitar as parcelas, sem incidência de juros, e também só precisará ter crédito aprovado na hora de receber o bem.

Afinal, por que não fazer consórcio?

Apesar do consórcio parecer vantajoso quando as empresas falam em prazos de pagamento mais longos e parcelas sem juros, é preciso analisar com calma esta opção.

Entendendo os detalhes e colocando tudo na ponta do lápis, você vai perceber que o consórcio Embracon, assim como os demais, não é mais vantajoso que um financiamento ou outros investimentos, por exemplo. Veja alguns dos motivos:

  • Longa duração: diferente do financiamento em que você recebe o bem na hora, no consórcio é preciso esperar muito para usufruir do veículo, imóvel ou serviço escolhido; a chance de ser contemplado nos sorteios é baixa
  • Lances altos: normalmente o lance mínimo fica em torno de 60% do valor da carta de crédito, e você precisa dar o maior lance
  • As verdadeiras taxas: apesar de não cobrar juros, há reajustes anuais nas parcelas que, dependendo da carta, podem se tornar iguais ou mais altos que as taxas de juros de um financiamento
  • Outros custos e riscos: seguros, fundos de reserva, inadimplência de outros consorciados
  • Não é investimento: não rende juros diretamente para você; somando a taxa de administração e reajustes, o valor que você pagará à administradora é maior que o valor do bem adquirido
  • Menor flexibilidade: você tem prazo de até 7 dias para desistir do consórcio sem pagar multa. Depois disso, para sair sem multa, só vendendo sua cota para alguém interessado. Receber o estorno do que já foi pago também é burocrático: pela nova lei, contratos assinados depois de 2009 só recebem o valor de estorno quando sorteados
  • Cuidado com golpes: seu dinheiro será administrado por terceiros, então é importante se certificar da idoneidade da empresa. Diferente dos investimentos de renda fixa, não há um Fundo Garantidor para valores perdidos em consórcios

Considere outras opções

Agora que você já sabe por que não vale a pena fazer um consórcio Embracon, deve estar se perguntando quais opções são viáveis para a compra de um bem de maior valor.

Para responder a esta pergunta, é preciso avaliar suas condições financeiras.

A melhor opção, caso tenha dinheiro guardado, é sempre comprar à vista. Como nem sempre é possível, pesquise opções de empréstimos e financiamentos e compare suas condições de pagamento, duração e taxas de juros.

Um empréstimo consignado, por exemplo, costuma ter taxas de juros menores que dos financiamentos. E caso você possa dar uma boa entrada, os juros dos financiamentos também costumam cair. Avalie cada caso com atenção.

Se você não precisar do bem agora, uma outra opção interessante são os investimentos em renda fixa.

Fazendo aplicações mensais à sua carteira de investimentos ao invés de pagar o parcelamento do consórcio por cinco anos, por exemplo, você terá rendimentos em juros ao invés de despesas.

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